Cada mulher é única, por isso existem várias opções de pílula no mercado para atender às diferentes necessidades de cada mulher.
Para entender qual a melhor para você, é importante saber que o que diferencia as pílulas entre si é a sua composição.
Converse com seu médico sobre as opções abaixo para saber qual é a sua pílula ideal.
Conheça as combinações de pílula
Todas as pílulas contém progestina, então o que diferencia uma da outra são com quais outros hormônios a progestina é combinada ou se a pílula é composta apenas por ela, conforme abaixo.
Mas antes, o que é a progestina?
Progestina é um hormônio sintético que tenta imitar a progesterona endógena aquela naturalmente produzida pelo organismo da mulher.
As pílulas podem ser classificadas em:
- Progestina combinada com estrogênio natural
- Progestina combinada com estrogênio sintético
- Progestina sem estrogênio
Fonte: Schulman LP. Changing convention in combination oral contraceptives: estradiol and nomegestrol acetate in a monophasic 24/4 regimen. JFam Plann Reprod Health Care 2013;39:211?216.
O desejo de utilizar um estrogênio idêntico ao produzido pelo organismo da mulher surgiu na década de 70 mas apenas recentemente chegaram ao mercado opções de estrogênio natural.
Mas o que é o estrogênio natural?
Estrogênio natural é o hormônio encontrado em alguns contraceptivos orais, e é quimicamente idêntico ao estrogênio encontrado normalmente no organismo feminino, ou seja, é compatível com o hormônio produzido no corpo feminino.
E por que ter pílulas com estrogênio natural?
Pílulas com estrogênio natural demonstraram ter menos impacto no organismo e metabolismo das suas usuárias do que as pílulas com estrogênio sintético, abrindo uma boa perspectiva para o futuro da contracepção.
Estudos recentes demonstraram maior segurança do ponto de vista cardiovascular em uma dessas combinações com estrogênio natural em comparação às outras combinações. Outros resultados também comprovaram a alta taxa de eficácia dessas pílulas em evitar uma gestação não planejada.
Consulte seu médico para saber mais sobre as opções com estrogênio natural.
Fonte: Vigo F, Lubianca JN, Corleta HVE. Progestógenos: farmacologia e uso clínico. Femina. 2011;39(3):127-137. Eur J Contracept Reprod Health Care. 2019 Aug;24(4):247-250. doi: 10.1080/13625187.2019.1629412. Epub 2019 Jun 17. DingerJ, Mohner S, Heinemann K. Combined oral contraceptives containing dienogest and estradiol valerate may carry a lower risk of venous and arterial thromboembolism compared to conventional preparations: Results from the extended INAS-SCORE study. Frontiers in Womens Health. 2020; 5:1-8. Barnett C, Hagemann C, Dinger J, et al. Fertility and combined oral contraceptives - unintended pregnancies and planned pregnancies following oral contraceptive use - results form the INAS-SCORE study. Eur J Contracep Reprod Health Care. 2017 Feb;22(1):17-23
São as chamadas minipílulas, elas contêm somente um tipo de progestina. Geralmente são utilizadas por mulheres que apresentam alguma restrição ao uso de estrogênio, como lactantes (amamentando), fumantes, obesas, hipertensas e com outras patologias associadas. Essas pílulas são tomadas de forma contínua, sem pausa, e não garante menstruação mensal de forma regular na maioria das mulheres.
A maioria das pílulas disponíveis no mercado contém etinilestradiol, que é um estrogênio sintético de alta potência.
Ao longo dos anos, os contraceptivos orais evoluíram com a redução gradual da dose desse estrogênio para reduzir efeitos colaterais, além da introdução de novas progestinas que permitem benefícios adicionais como melhora da acne, redução dos sintomas pré-menstruais entre outros.
Também surgiram novas combinações dos dois hormônios, sendo que hoje existem pílulas monofásicas (todos os comprimidos são iguais), bifásicas (duas doses diferentes), trifásicas (3 doses diferentes) ou dinâmicas, bem como pílulas sem pausa ou com pausa flexível.
Hoje essas pílulas são divididas de acordo com a dose de estrogênio, sendo que pílulas que contém dose de 50mcg ou menos são consideradas de baixa dose.
SAIBA MAIS: Breve histórico da contracepção
Na história da humanidade, a contracepção sempre foi um desafio. Há relatos de tentativas de prevenção de gestação datadas de 4000 anos atrás. Ao libertar as mulheres de um ciclo incessante de gestação, amamentação e cuidados com os filhos, a contracepção representou um grande passo no caminho da igualdade entre os sexos.
Duzentos dos principais historiadores concluíram que nem a teoria da relatividade do Einstein, nem a bomba nuclear, nem mesmo o poder dos computadores e da internet tiveram um maior impacto da sociedade do século XX do que a pílula anticoncepcional.
Além de proporcionar maior liberdade às mulheres, os métodos contraceptivos favorecem um melhor controle populacional, que propiciam avanços econômicos e preservação do meio ambiente. Estima-se que o aumento do uso dos contraceptivos diminuiu o número de mortes maternas nos países desenvolvidos em aproximadamente 40% nos últimos 20 anos. Isso por diminuir o número de gestações indesejadas e o número de vezes que a mulher se submete aos riscos inerentes à gestação. A contracepção também está associada a uma melhora da saúde perinatal e infantil, pois garante um intervalo aumentado entre as gestações.
A primeira pílula foi aprovada para o uso em 1961, nos EUA (Enovid®). Porém, o uso dessa medicação por mulheres não casadas só foi liberado 10 anos depois.
Atualmente, as pílulas (Contraceptivos orais combinados-COC's) são o método contraceptivo mais usado no Brasil e ao redor do mundo: mais de 100 milhões de mulheres utilizam esse método e estão entre as drogas mais estudadas da humanidade. É um método tão largamente utilizado devido sua alta eficácia, facilidade de uso, poucos eventos adversos e bom controle de ciclo.
FONTES
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